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Jardim Arte

25/03/2022 - Transplante de árvore para o Parque Ramiro Ruediger dura mais de 22 horas

Uma árvore de mais de 15 metros de altura e algumas dezenas de toneladas chamou a atenção do blumenauense nesta semana. Ela ganhou espaço importante nos portais de notícia por ter sido transplantada, ou seja, levada de um terreno para outro.

Nesse caso específico a Sibipiruna deixou um terreno na Rua Elesbão Pinto, no bairro Velha, e foi levada para o Parque Ramiro Ruediger, a pouco mais de 300 metros de distância. Apesar da proximidade, a operação durou quase um dia inteiro.

O trabalho começou às 6h com a retirada da planta. Em seguida, ela teve as raízes protegidas e foi colocada sobre um caminhão. Depois do transporte, o passo final foi retirar a árvore do veículo e replantá-la perto do estacionamento do Parque Ramiro Ruediger. Tudo foi concluído às 4h da madrugada seguinte.

Parte dessa operação foi exibida na quarta-feira pelos meios de comunicação. Chamou a atenção especialmente pelo porte da árvore, que torna mais difícil a retirada, o transporte e o replantio. Mas quem teve a ideia de mudar a árvore de lugar e por qual razão?

Laços familiares

O terreno onde a árvore foi originalmente plantada pertence à família Bellicanta e alguns dos integrantes dela são donos da construtora Habitat. Marcos Bellicanta conta que cresceu na casa que havia naquele terreno. A Sibipiruna que mudou de endereço foi plantada pelo avô dele há cerca de 50 anos. O pai dele também plantou uma figueira que será mantida no local. Há, portanto, um laço afetivo com essas árvores.

Ocorre que a empresa vai construir um prédio com mais de 230 lofts no terreno e o empreendimento exige a retirada desta e de outras duas árvores, que também serão transplantadas, mas no mesmo terreno. A solução mais simples e mais usada nestes casos é obter a licença do poder público para cortar a vegetação nativa e fazer uma compensação ambiental, geralmente com o plantio de mudas em local definido pela prefeitura. Por conta do laço afetivo citado anteriormente, o corte não era opção.

Para manter viva as memórias do avô, do pai e de parte da família, a árvore teria que ser levada para outro local. O Ramiro Ruediger foi escolha dos Bellicanta por ter grande movimento de pessoas. Se é pra preservar a árvore e a memória dos patriarcas, que seja beneficiando a comunidade.

A operação exigiu investimento de algo em torno de R$ 100 mil. Foram seis meses de trabalho desde a contratação de um engenheiro florestal.

O serviço é meticuloso e será mostrado em um documentário que está sendo produzido pela construtora. O vídeo vai mostrar todas as etapas necessárias para preservar árvores por meio do transplante e deve servir de referência para outras iniciativas semelhantes. E que venham outras operações como essa. A cidade precisa e agradece.